Seleção Oficial 2022: Foco – Kiro Russo, Abertura e Encerramento

A seção Foco desta edição se dedica a uma promissora filmografia ainda largamente desconhecida no Brasil: a do boliviano Kiro Russo. Um dos expoentes do cinema contemporâneo boliviano, Russo nasceu em La Paz, em 1984 e produziu e dirigiu até aqui 2 longas e 4 curtas-metragens, exibidos em diversos festivais internacionais. Neste conjunto de filmes enxuto, mas já bastante consistente, Russo tem apresentado um estilo atento à observação dos movimentos urbanos e rurais na Bolívia, mesclando a cosmologia indígena ao acelerado ritmo da urbanização no país. Seu trabalho caminha nas fronteiras entre o documentário e a ficção com impressionantes precisão, domínio e rigor formal, marcado por parcerias criativas com as comunidades e os sujeitos registrados. É a essa trajetória que o Olhar de Cinema dedica os três programas da mostra Foco deste ano, destacando os curtas-metragens Enterprisse (2011), Juku (2012), A besta (2015) e Nova vida (2015), dirigidos por Russo, junto a Despedida (2015), realizado por Pablo Paniagua, diretor de fotografia de todos os filmes do diretor. Completam a programação os dois longas do diretor: o aclamado Velho Caveira (2016) e O Grande Movimento (2021), premiado como com o Prêmio Especial do Júri na mostra Orizzonti da Bienal de Veneza (2021), que terá sua estreia no Brasil neste 11ª Olhar de Cinema.

FOCO – KIRO RUSSO

Longas

O GRANDE MOVIMENTO
/ EL GRAN MOVIMIENTO
Kiro Russo | Bolívia, França, 2021, 85’

VELHO CAVEIRA
/ VIEJO CALAVERA
Kiro Russo | Bolívia, 2016, 79’

Curtas

ENTERPRISSE
/ ENTERPRISSE
Kiro Russo | Argentina, 2010, 8’

JUKU
/ JUKU
Kiro Russo | Bolívia, Argentina, 2011, 18’

A BESTA
/ LA BESTIA
Kiro Russo | Argentina, 2015, 12’

NOVA VIDA
/ NUEVA VIDA
Kiro Russo | Bolívia, Argentina, 2015, 15’

DESPEDIDA
/ DESPEDIDA
Pablo Paniagua | Bolívia, 2015, 6’

Além disso, mais uma vez, as sessões de abertura e encerramento privilegiam obras contemporâneas nacionais. O filme de abertura é Vai e Vem, dirigido por Chica Barbosa e Fernanda Pessoa, no qual duas amigas, uma no Brasil e outra nos Estados Unidos, trocam cartas fílmicas durante o primeiro ano de pandemia. Já Todo Mundo Já Foi Pra Marte, do diretor Telmo Carvalho, é o longa que encerra a 11ª edição do Olhar de Cinema, propondo não só uma viagem, em formato de animação, por sensações e experiências pessoais com a pandemia, mas imaginando e sonhando outras possibilidades de mundo em um fluxo de cores, formas e desejos.

FILME DE ABERTURA

VAI E VEM
/ VAI E VEM
Chica Barbosa, Fernanda Pessoa | Brasil, 2022, 82’

FILME DE ENCERRAMENTO

TODO MUNDO JÁ FOI PRA MARTE
/ TODO MUNDO JÁ FOI PRA MARTE
Telmo Carvalho | Brasil, 2022, 75’